O fluxo de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no país registrou uma queda de 32% de janeiro a julho, totalizando US$ 33,6 bilhões.

Simultaneamente, o déficit das contas externas apresentou uma diminuição de 12,3% no acumulado deste ano, atingindo o montante de US$ 18,2 bilhões. Estes dados foram divulgados pelo Banco Central na sexta-feira, 25 de agosto.

De acordo com o Banco Central, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira tiveram uma queda de 31,7% no período de janeiro a julho deste ano, totalizando US$ 33,6 bilhões. Isso representa uma redução significativa em comparação com os US$ 49,2 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.

Apenas em julho, conforme os dados da instituição, os investimentos diretos no país atingiram US$ 4,24 bilhões, em contraste com os US$ 7,2 bilhões observados no mesmo mês de 2022.

É importante notar que a entrada de investimentos estrangeiros muitas vezes está correlacionada com o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), que tem mostrado desaceleração devido ao aumento das taxas de juros básicos da economia. Atualmente, a taxa de juros está em 13,25% ao ano, adotada como medida para conter pressões inflacionárias.

Para o ano atual, o mercado financeiro estima um crescimento econômico em torno de 2,3%, após um aumento de 5% em 2021 e um crescimento de 2,9% no PIB brasileiro no ano passado.

O Banco Central projeta uma entrada de US$ 75 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira ao longo deste ano. Por outro lado, as estimativas de mais de 100 instituições financeiras consultadas pelo BC apontam para um ingresso de US$ 80 bilhões em investimentos diretos em 2023.

Relações Externas

Em relação às contas externas, o Banco Central informou que o déficit diminuiu nos primeiros sete meses deste ano, atingindo US$ 18,17 bilhões. Isso representa uma queda de 12,3% em comparação com o mesmo período de 2022, quando o déficit foi de US$ 20,72 bilhões.

O resultado das transações correntes, um dos principais indicadores do setor externo do país, engloba a balança comercial (o comércio de produtos entre o Brasil e outros países), serviços (os serviços adquiridos por brasileiros no exterior) e rendas (as remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).

Em julho, de acordo com o Banco Central, as contas externas registraram um déficit de US$ 3,6 bilhões, em comparação com um déficit de US$ 5,28 bilhões no mesmo período do ano passado.

O BC explicou que a redução do déficit nas contas externas, no acumulado deste ano, está principalmente relacionada à melhora na balança comercial e a um aumento nos serviços. No entanto, as remessas de rendas para o exterior aumentaram.

O Banco Central projeta um déficit de US$ 45 bilhões nas contas externas para o ano.

Quanto aos gastos dos brasileiros no exterior, eles totalizaram US$ 1,38 bilhão em julho deste ano, registrando um aumento em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando somaram US$ 1,05 bilhão.

Este também representa o maior montante de gastos no exterior para o mês de julho desde 2019, ou seja, antes do início da pandemia da Covid-19, quando atingiu US$ 1,89 bilhão.

No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, as despesas internacionais totalizaram US$ 8,46 bilhões, em comparação com os US$ 7,03 bilhões no mesmo período de 2022.

As despesas realizadas por brasileiros no exterior são sensíveis a diversos fatores, incluindo o nível de atividade econômica, que tem apresentado uma nova desaceleração neste ano, e a taxa de câmbio, que é utilizada nas transações internacionais.

Em 2022, o dólar teve uma desvalorização de 5,3%, fechando a R$ 5,28. No entanto, permaneceu consideravelmente acima dos níveis de 2019, quando encerrou o ano a R$ 4,01. Na quinta-feira, 24 de agosto, a taxa de câmbio fechou em R$ 4,87.
 

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