
Decisões do Fed e do BC aumentam cautela e indicam pausa na alta do Ibovespa
Mercado reage com incerteza após manutenção de juros nos EUA e alta da Selic no Brasil; gráfico semanal sinaliza possível correção no índice
Após a chamada “Super Quarta”, marcada por decisões simultâneas do Federal Reserve e do Banco Central brasileiro, os mercados globais operam sob maior cautela. Nos Estados Unidos, o Fed manteve os juros entre 4,25% e 4,50%. No Brasil, a Selic subiu para 14,75% ao ano. Apesar de esperadas, as medidas não vieram acompanhadas de sinalizações claras sobre os próximos passos das autoridades monetárias, o que elevou o clima de incerteza.
Com isso, o mercado local passou a revisar suas projeções para o câmbio e a Bolsa. A ausência de indicações sobre o fim do ciclo de alta nos juros preocupa investidores, que agora acompanham mais de perto os movimentos do Ibovespa.
Tendência técnica: correção no curto prazo
No gráfico diário, o Ibovespa mantém tendência de alta desde que marcou a mínima do ano em 118.222 pontos. No entanto, após atingir a máxima de 2025 em 136.149 pontos, iniciou uma correção no curtíssimo prazo. Caso o índice perca a mínima da última sessão (132.870 pontos), a pressão vendedora pode levar o preço para a faixa das médias de 21 e 200 períodos, entre 130.855 e 128.640 pontos.
A perda dessa região técnica pode acionar uma queda mais intensa, com alvos nos 122.530 pontos e, no limite, na mínima do ano em 118.222. Para retomar a alta, o Ibovespa precisaria romper os 134.110 pontos, com espaço para testar novamente os 136.149 e, eventualmente, o topo histórico em 137.469 pontos. Um rompimento dessa resistência abriria caminho para alvos entre 138.500 e 142.000 pontos.
Análise semanal: lateralização e teste de médias
No gráfico semanal, o índice se move de forma lateral. A zona de suporte mais relevante está entre 118.685 e 118.222 pontos, enquanto a faixa de resistência vai de 136.149 até os 137.469 pontos — este último, o topo histórico. A recente correção busca reaproximação com as médias móveis, que ficaram distantes após o rali recente.
Abaixo dos 132.870 pontos, o índice pode testar as médias de 9 e 21 períodos, entre 131.150 e 126.645 pontos. Se o fluxo vendedor persistir, o próximo suporte relevante está em 122.530 pontos, seguido da mínima do ano em 118.222 e, em último caso, a média de 200 períodos nos 117.700.
Por outro lado, a retomada do movimento de alta no médio prazo depende da reconquista dos 136.149 pontos. Acima desse patamar, o Ibovespa pode mirar resistências entre 138.470 e 140.420, com potencial de alcançar regiões mais altas como 144.560 e 146.400 pontos.
Principais níveis técnicos do Ibovespa
🟢 Suportes
• 132.870 – mínima da última sessão
• 130.855 a 128.640 – médias de 21 e 200 períodos
• 126.645 a 131.150 – médias móveis de curto prazo
• 122.530 – suporte intermediário
• 118.685 a 118.222 – faixa consolidada e mínima do ano
• 117.700 – média de 200 períodos no gráfico semanal
🔴 Resistências
• 134.110 – máxima da última sessão
• 136.149 – máxima de 2025
• 137.469 – topo histórico
• 138.470 a 140.420 – região de resistência projetada
• 144.560 a 146.400 – alvos mais longos
(Rodrigo Paz é analista técnico da Nelogica)