Relatório aponta que o Brasil ocupa a terceira posição mais baixa em termos de investimento em educação básica entre os países da OCDE.

Em média, o investimento público por aluno no Brasil nesta fase de ensino é inferior a um terço da média observada em nações mais desenvolvidas.

No Brasil, o investimento público por aluno na educação básica representa apenas um terço do gasto observado nos países ricos nessa etapa. De acordo com o relatório Education at a Glance 2023 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado nesta terça-feira, 12, o país ocupa a terceira posição mais baixa neste ranking de quase 50 nações, ficando à frente apenas do México (US$ 2.702) e da África do Sul (US$ 3.085).

O País investe anualmente cerca de US$ 3.583 por aluno na educação básica, enquanto a média da OCDE é de US$ 10.949. No topo liderando esse ranking temos Luxemburgo, com um gasto de US$ 26.370 por aluno. Logo atrás estão Suíça, com US$ 17.333, e Bélgica, com US$ 16.500. Esses cálculos consideram todos os recursos públicos destinados à educação pública e os dividem pelo total de matrículas no ensino fundamental e médio.

O relatório internacional, baseado em dados de 2020 e que compara os principais indicadores educacionais, destaca que o Brasil reduziu os gastos públicos com educação em 10,5% após a pandemia da Covid-19. No entanto, em outros setores, houve um aumento de 8,9% nos investimentos. Os países membros da OCDE também registraram crescimento semelhante em outras áreas (9,5%), mas também aumentaram os recursos alocados para a educação, com um aumento de 2,1%.

Além disso, o documento chama a atenção para o alto número de jovens chamados “nem-nem” no Brasil, que não estão estudando nem trabalhando. Na faixa etária de 18 a 24 anos, esses jovens representam 24,4% da população, o que é o sexto pior indicador entre os países da OCDE, cuja média nesse índice é de 15%. A Holanda é o país com o melhor desempenho nesse quesito, com um percentual de apenas 4%.

Ensino Profissionalizante

O relatório ressalta a escassa atenção que muitos países dedicam ao ensino profissionalizante. No Brasil, o acesso a essa modalidade está entre os terceiros piores da OCDE, com apenas 11% dos estudantes com idades entre 15 e 19 anos matriculados. Em contrapartida, a média da organização para essa mesma faixa etária é de 37%.

O relatório observa que “programas escolares e práticos combinados permanecem raros em muitos países”. Em média, apenas 45% de todos os estudantes de ensino profissionalizante no ensino médio superior estão matriculados em tais programas em toda a OCDE. O documento também aponta que, infelizmente, o ensino profissionalizante ainda é muitas vezes considerado uma “opção alternativa para estudantes com dificuldades de aprendizado ou com pouca motivação”. No entanto, destaca que esses programas podem levar a “trajetórias de carreira altamente atrativas”.

Quanto ao ensino superior, os gastos públicos do governo brasileiro se aproximam da média da OCDE, que é de US$ 14.839. O investimento público por aluno nas universidades brasileiras é de US$ 14.735 anualmente, superando países sul-americanos vizinhos e até mesmo os Estados Unidos.

 

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